Serial Killer - 5º Capítulo

| |

- Sim, her... Eu estava.. her... Sei que que esta ocupado com os casos e outras coisas em seu trabalho, mas eu estou com medo de ficar em casa sozinha, você aceitaria jantar comigo?
- Jantar? -Murmurei, e olhei para Will, os grandes olhos negros olhando-me como se já soubesse quem era.
- Sim, se não for atrapalhar
- Não... claro esta tudo bem. Onde  eu a encontro, senhorita?
- Pode ser na minha casa -ela fez uma pausa- espero que goste de comida francesa
- Chego as nove
- vou te esperar -e então ela desligou, coloquei o telefone no gancho de novo e Will sorria
- Era ela não era?
- Era
- Ela te convidou pra jantar ?
- Ela só esta com medo de ficar sozinha... Eu também ficaria, você sabe, o serial killer matou duas pessoas próximas a ela 
- E você acha normal uma mulher chamar um detetive para jantar com ela só porque ela esta com medo?
- Não mas.. -ele interrompeu-me
- Ande, vá para casa, tome um banho para chegar cheiroso lá, aproveite passe em uma barbearia, e faça barba e corte esse maldito cabelo direito
- Isso não é um encontro, Will.
- Mas á 90% chances de você transar essa noite então, vá de jeito que a faça querer tirar a roupa -Falou e eu não contive uma risada. Ele estava certo, e devia me desligar um pouco do trabalho, sair mais, flertar mais, transar mais. E isso era oque eu não fazia a quatro meses.
- Você esta certo. -Em fim concordei relutante
- Então esta esperando o que? Vai logo cortar esse cabelo e fazer essa barba. E tome um banho de duas horas
- Vá se ferrar, Will -Murmurei enquanto pegava meu casaco que estava na cadeira e meu café, bebi um gole do mesmo e sai da minha sala ouvindo a risada estranhamente alta de Will.
- Vai sair cedo hoje tenente? -Ouvi Anna indagar quando eu passei em frente sua sala
- Não é da sua conta, Evans
-Murmurei a olhando de relance, uma coisa que eu não era, era mal educado, mas uma coisa que eu tenho é ética no trabalho, e não flerto com amigos das vítimas quando estou no trabalho, aquilo não foi flertar, foi agir como um tenente agiria diante dessas circunstancias. A moça havia perdido duas pessoas próximas, e tudo que eu poderia ser, era gentil para com ela. Além de tudo ela parecia-me tão frágil, precisava ser protegida, e seria isso que eu faria de agora em diante

10:23 P.m 

- Espero que goste de Ratatouille -ela disse servindo-me, os olhos meio caídos, o nariz vermelho indicava uma breve crise de choro.
- Minha avó é francesa -Tomei coragem de dizer para encontrar uma forma de dialogo- Antes de morrer aos domingos eu sempre corria para casa dela, todo ensopado pela chuva, a procura daquele delicioso refúgio. 
- Sinto muito -ela murmurou se sentando de frente para mim a mesa e colocando em seu prato.-
- Ja faz muito tempo -respondi dando uma garfada no mesmo, que fora preparado exatamente como minha mãe fazia.
- Eu tinha 10 anos
- Não conheci minha mãe, nem meu pai
- Como? -a olhei
- Eu sou adotada, não conheço meus pais biológicos e meus pais adotivos morreram
- Quando?
- A menos de três anos, eles foram assassinados enquanto eu tinha meu primeiro dia na faculdade
- Parece que sua vida é rodeada de mortes -murmurei, ela suspirou dando uma garfada em seu ratatouille, parecia triste a mulher, os olhos fitando a comida como se houvesse algo alem da comida em seu prato, pobre mulher.
- É -ela murmurou
- E você lida bem com isso?
- O que eu posso fazer, Tenente? Eu tenho que me acostumar com isso
- Sinto muito, América -Murmurei escorregando minha mão até a dela, que estava gelada. Então eu a apertei levemente- Se depender de mim, você não perde mais ninguém -falei e ela olhou para minha mão, depois lentamente levantou os grandes olhos azuis para mim
- Você é um bom homem, Tenente.
- Ha, me chame de Justin. Estou fora do trabalho -sorri tentando acabar aquela conversa deprimente.
- Oh, er ... Tudo bem... Justin
- A propósito esta muito bom -Falei soltando sua mão
- Obrigado, meu padrasto também era Frances. Ele tinha um restaurante onde morávamos
- Você sempre morou aqui?
- Não, eu morei durante 5 anos na frança, em uma cidadezinha perto da famosa paris -ela sorriu- Era duas horas de carro, eu sempre que pudia corria com mamãe para lá, para andarmos de canoa com o homem simpático que cantava opera, para ir a torre, e a igreja. Ha Nótridame é encantadora
- Sempre quis ir a paris. Dizem ser um bom lugar para se morar
- Com certeza é mais segura que Liverpool -ela murmurou tomando um gole do vinho seco
- Cá entre nós, América. Qualquer lugar do mundo esta sendo mais seguro que Liverpool.
- Você tem razão -ela balançou a cabeça, olhou-me por um grande tempo calada e com um meio sorriso sacana nos lábios rosados do vinho
- Esta bonito hoje
- Fiz a barba -falei-  
- Esta bonito -ela repetiu
- Você também esta bonita, fez algo no cabelo ? - Tirei os cachos -ela murmurou voltando a comer.
- Por que?
- Queria mudar -ela respondeu depois de um tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário