P.O.V
Meu pai sempre dizia que a
melhor maneira para aprender uma profissão é passar cada segundo observando
alguém a exercendo.
“Para conseguir chegar ao topo,
você precisa começar lá embaixo”, ele me disse. “Seja a pessoa sem a qual o CEO
não pode viver. Seja seu braço direito.
Aprenda tudo sobre seu mundo, e
ele irá te contratar assim que você receber o diploma.”
Eu me tornei indispensável. E
definitivamente me tornei o braço direito.
Acontece que, neste caso, o
braço direito frequentemente queria estrangular o pescoço daquele maldito.
Meu chefe, o Sr. Justin Bieber. Um
cretino irresistível.
Meu estômago se embrulha só de
pensar nele: alto, bonitão e completamente cruel. Ele era o babaca mais
egocêntrico e convencido que eu já tinha conhecido. Eu ouvia as outras mulheres
do escritório fofocando sobre suas escapadinhas e ficava pensando se um rosto
bonito era tudo que ele precisava.
Mas meu pai também dizia: “você
vai perceber cedo na vida que a beleza é apenas superficial, mas a feiura se
estende até os ossos”. Eu tive minha quota de homens desagradáveis nos últimos
anos, namorei alguns no colegial e na faculdade. Mas esse foi o campeão.
— Olá, Srta. ! – o Sr. Bieber
estava de pé ao lado da porta da minha sala, que servia de recepção para o
escritório dele. Sua voz estava melosa, mas era uma doçura toda errada... como
mel que foi congelado e que agora estava começando a rachar.
Depois de derramar água no meu
celular, deixar cair meu par de brincos na lixeira, receber uma pancada na
traseira do meu carro na via expressa e ter de esperar a polícia para ouvir
aquilo que eu já sabia – que a culpa foi do outro motorista –, a última coisa
que eu precisava naquela manhã era aguentar o mau humor do Sr. Bieber. Pena que
ele não tem nenhum outro tipo de humor.
Eu respondi o “Bom dia, Sr. Bieber”
de sempre, esperando que ele respondesse com seu habitual aceno de cabeça. Mas,
quando eu tentei passar, ele murmurou:
— Bom dia? Será que você não
quer dizer “boa tarde”, Srta. ? Que horas são nesse seu mundinho?
Eu parei e encarei de volta seu
olhar frio. Ele era uns bons vinte centímetros mais alto do que eu, e, antes de
trabalhar para ele, eu nunca tinha me sentido tão pequena. Fazia seis anos que
eu trabalhava para a Bieber Media Group, a BMG.
Mas, desde o retorno do Sr. Bieber
para a empresa de sua família, há nove meses, eu começara a usar salto alto
para poder encará-lo no mesmo nível. Mesmo assim, ainda precisava levantar o
queixo para olhar em seus olhos, e ele claramente sentia satisfação com isso,
deixando escapar um certo brilho naqueles olhos castanhos.
— Tive uma manhã meio
desastrosa. Não vai acontecer de novo – eu disse, aliviada por minha voz sair
sem tremer. Nunca me atrasei antes, nem uma vez, mas é claro que ele tinha de
fazer uma cena na primeira vez que aconteceu.
Passei por ele, guardei minha
bolsa e o casaco no armário e liguei o computador.
Tentei fingir que ele não estava
ali de pé na frente da porta, assistindo a cada movimento meu.
— Uma “manhã desastrosa” é uma
descrição muito apropriada para o que eu tive de passar com a sua ausência.
Tive de pedir desculpas a Alex Schaffer por ele não ter recebido os contratos
assinados quando prometido: às nove da manhã, no horário da costa leste. Tive
de ligar para Madeline Beaumont pessoalmente para confirmar que iríamos sim
prosseguir com o trabalho como descrito. Em outras palavras, fiz o seu trabalho
e o meu nesta manhã. Tenho certeza de que, mesmo com uma “manhã desastrosa”,
você conseguiria chegar às oito. Tem gente que começa a trabalhar antes mesmo
do café da manhã.
Levantei a cabeça para encará-lo
enquanto ele me julgava com os braços cruzados acima do peito grandioso – e tudo
por eu estar apenas uma hora atrasada. Então desviei os olhos, para não ficar
encarando a maneira como o terno escuro e bem cortado envolvia seus ombros
largos. No primeiro mês em que trabalhamos juntos, houve uma convenção e fiz a
besteira de visitar a academia do hotel – dei de cara com ele sem camisa e todo
suado ao lado de uma esteira. Ele tinha o rosto que qualquer modelo gostaria de
ter e o cabelo mais incrível que eu já vi em um homem. Cabelo de quem acabou de
transar.
Era assim que as garotas do
andar de baixo chamavam aquele cabelo e, de acordo com elas, o título era bem
merecido. A imagem dele passando a camiseta no peito ficou para sempre marcada
na minha memória.
Mas, é claro, ele teve de
estragar o momento abrindo a boca: “É bom ver que você finalmente está tomando
interesse em cuidar do seu corpo, Srta. ”.
Filho da puta.
— Desculpe, Sr. Bieber – eu
disse, deixando escapar um pouco de veneno na voz. –
Eu entendo o sacrifício que foi
para o senhor usar um fax e atender ao telefone.
Como já disse, não vai acontecer
de novo.
— Exatamente, não vai mesmo –
ele respondeu, com o sorriso pretensioso firme no lugar. Se pelo menos ficasse
de boca fechada, ele poderia ser perfeito. Um pedaço de fita adesiva resolveria
o problema. Eu tinha um rolo no meu armário que às vezes eu pegava e
acariciava, pensando que um dia eu poderia fazer bom uso dele. – E, só para que
você não se esqueça desse incidente, eu gostaria de ver a situação completa dos
projetos da Schaffer, da Colton e da Beaumont na minha mesa até as cinco. E
então você vai compensar a hora perdida desta manhã simulando uma apresentação
da conta da Papadakis na sala de conferência às seis. Afinal, se você vai
cuidar dessa conta, terá de provar para mim que sabe o que está fazendo.
Meus olhos se arregalaram
enquanto eu assistia ele ir embora e bater à porta do escritório. Ele sabia
muito bem que eu estava apenas começando esse projeto, que também seria minha
tese no MBA. Ainda teria meses para terminar os slides depois que os contratos
fossem assinados... o que ainda não havia acontecido.
Ainda não tinham nem sido
rascunhados. Agora, com tudo o mais jogado no meu colo, ele queria que eu
arrumasse uma apresentação em... olhei para o relógio.
Ótimo, sete horas e meia, se eu
pulasse o almoço. Então abri o arquivo da
Papadakis e comecei a trabalhar.
Enquanto as pessoas começavam a
sair para o almoço, eu fiquei colada na minha mesa com meu café e um pacote de
salgadinho que peguei na máquina.
Normalmente, eu trazia comida de
casa ou saía junto com os outros estagiários para almoçar, mas naquele dia o
tempo não era meu amigo. Ouvi a porta abrir e olhei com um sorriso no rosto
enquanto Sara Dillon entrava. Sara e eu fazíamos parte do mesmo programa de
estágio para MBA da Bieber Media Group, mas ela trabalhava no setor financeiro.
— Pronta para almoçar? – ela
perguntou.
— Vou ter de pular o almoço.
Hoje está sendo um dia infernal – eu disse, como quem pede desculpas, e o
sorriso dela mostrou um pouco de malícia.
— Dia infernal ou chefe infernal? – ela
sentou na beira da minha mesa. – Ouvi dizer que ele estava meio bravo hoje de
manhã.
Respondi com um olhar de
cumplicidade. Sara não trabalhava para ele, mas sabia tudo sobre Justin Bieber,
afinal, com seu conhecido pavio curto, ele era uma lenda viva no escritório.
— Mesmo se existissem duas de
mim, não seria possível terminar tudo isso a tempo.
— Não quer mesmo que eu traga
alguma coisa? – seus olhos se moveram em direção à sala dele. – Tipo, um
assassino de aluguel? Ou um pouco de água benta?
Tive de rir.
— Não, tudo bem.
Sara sorriu e saiu. Eu tinha
acabado de terminar meu café quando me inclinei e percebi que minha meia tinha
rasgado.
— E ainda por cima – comecei a
falar quando ouvi Sara voltando – consegui rasgar a meia. Na verdade, se tiver
chocolate no restaurante, você pode me trazer uns vinte quilos para eu poder
aliviar minha tensão?
Olhei para cima e vi que não era
Sara parada ali na minha frente. Meu rosto ficou vermelho e abaixei a saia de
volta no lugar.
— Desculpa, Sr. Bieber, eu...
— Srta. , já que você e as
outras secretárias têm tanto tempo para discutir suas lingeries problemáticas,
além de preparar a apresentação da Papadakis, preciso que você também vá até a
sala do Willis e me traga a análise de mercado e segmentação da Beaumont – ele
ajeitou a gravata, olhando para seu reflexo na minha janela. – Você acha que
consegue fazer isso?
Será que eu estava ouvindo
direito? Ele tinha acabado de me chamar de “secretária”? É verdade que parte do
meu estágio era fazer um pouco do trabalho básico de um auxiliar, mas ele sabia
muito bem que eu tinha trabalhado para essa empresa por vários anos antes de
conseguir minha bolsa da JT Miller na Northwestern University. Agora, faltavam
apenas quatro meses para eu conseguir meu diploma em administração. Quatro
meses para pegar meu diploma e dar o fora daqui, pensei. Olhei
para cima para encontrar seus olhos.
— Pode deixar, vou pedir para a Sam
trazer...
— Isso não foi uma sugestão –
ele me interrompeu. – Quero que você vá pegar os documentos
– ele olhou para mim por um instante com o queixo apertado antes de se virar e
voltar para sua sala, batendo a porta atrás de si. Qual é a
merda do
problema
dele? Era
realmente necessário bater a porta como uma adolescente temperamental? Peguei
meu casaco e comecei a andar até o escritório adjunto, que ficava em outro
prédio. Quando voltei, bati à porta dele, mas ninguém respondeu. Tentei girar a
maçaneta. Estava trancada. Ele estava provavelmente dando uma rapidinha com
alguma princesa da diretoria enquanto eu corria por
Chicago que nem uma louca.
Enfiei o envelope pardo na abertura do correio, esperando que os papéis se
espalhassem por toda a parte e ele tivesse de se abaixar para arrumar tudo.
Seria merecido. Até gostei dessa imagem dele de quatro no chão, juntando os
documentos. Por outro lado, conhecendo a pessoa, ele provavelmente iria me
chamar naquele buraco estéril para limpar a bagunça enquanto ele assistia.
Quatro horas mais tarde, eu
tinha terminado a atualização das contas, meus slides estavam praticamente em
ordem e eu estava quase rindo histericamente pensando no quão terrível o dia
tinha sido. Mas tive de passar um tempo planejando o assassinato sangrento do
garoto da xerox. Um trabalho simples, foi tudo que pedi. Faça umas cópias,
encaderne umas folhas. Era para ter sido uma coisa fácil. Entrar e sair. Mas
não. Levou duas
horas.
E agora eu estava atrasada!
Corri através dos corredores
escuros do prédio, que já estava vazio, com o material da apresentação quase
caindo debaixo do braço, e olhei para o relógio.
Seis e vinte. O Sr. Bieber ia me
comer viva. Eu estava vinte minutos atrasada e, como aprendera naquela manhã,
ele odiava atrasos. “Atraso” era uma palavra que não existia no Dicionário
para o cretino do Justin Bieber. Também não havia “coração”,
“bondade”, “compaixão”, “pausa para almoço” ou “obrigado”.
Então, lá estava eu, apressada
pelos corredores vazios, correndo com meus saltos gigantescos para encontrar o
carrasco.
Respire,
. Ele pode sentir o cheiro do medo.
Quando me aproximei da sala de
conferências, tentei acalmar minha respiração e diminuí o passo até voltar a
andar. Um rastro de luz brilhava debaixo da porta.
Ele definitivamente estava lá,
esperando. Com cuidado, tentei arrumar o cabelo e as roupas enquanto alinhava o
maço de documentos nos meus braços. Respirando fundo, bati na porta.
— Entre.
Entrei no espaço bem iluminado.
A sala de conferência era enorme. Ficava no
18 o andar e uma das paredes era
coberta por janelas que iam do chão ao teto, oferecendo uma visão espetacular
de Chicago. O anoitecer escurecia o céu lá fora, e arranha-céus pontuavam o
horizonte com suas janelas iluminadas. No centro da sala ficava uma grande e
pesada mesa de madeira e, na ponta mais distante, encarando na minha direção,
estava o Sr. Bieber. Estava sentado lá, com o casaco do terno pendurado no
encosto da cadeira, a gravata solta, as mangas branquíssimas da camisa
enroladas até o cotovelo, o queixo apoiado nas pontas dos dedos. Seus olhos
pareciam penetrar os meus, mas ele permaneceu calado.
— Eu peço desculpas, Sr. Bieber
– eu disse, minha voz ainda ondulando por causa da respiração entrecortada. – A
impressão levou... – parei. Desculpas não iriam ajudar nessa situação. Além
disso, eu não deixaria ele me culpar por algo que estava fora do meu controle.
Ele podia ir para o inferno. Com minha coragem recém-descoberta, ergui o queixo
e caminhei até onde ele estava.
Sem olhar em seus olhos, eu
arrumei meus papéis e coloquei uma cópia da apresentação diante dele na mesa.
— Posso começar?
Ele não respondeu, apenas ficou
encarando minha postura, que tentava mostrar coragem. O que seria bem mais
fácil se ele não fosse tão lindo. Em vez de dizer alguma coisa, ele fez um
gesto em direção aos papéis, pedindo que eu continuasse.
Limpei a garganta e comecei a
apresentação. Enquanto eu passava pelos diferentes aspectos da proposta, ele se
manteve em silêncio, olhando fixamente para sua cópia do texto. Por que estava
tão calmo? Eu sabia lidar com seu mau humor, mas aquele silêncio ensurdecedor?
Aquilo estava me deixando nervosa.
Eu estava inclinada sobre a
mesa, explicando um grupo de gráficos, quando aconteceu.
— O cronograma deles para o
primeiro resultado é um pouco ambici... – parei no meio da frase, com meu ar
preso na garganta. A mão dele pressionou gentilmente a parte de baixo das
minhas costas e então começou a descer até parar na curva da minha bunda. Nos
nove meses em que trabalhávamos juntos, ele nunca havia me tocado
intencionalmente.
E naquele momento fora
definitivamente intencional.
O calor de sua mão queimou
através da minha saia e chegou até a pele. Cada músculo do meu corpo ficou
tenso, e senti como se minhas entranhas estivessem virando água. Que diabos ele
estava fazendo? Meu cérebro gritou para eu tirar aquela mão dali e dizer para
ele nunca mais me tocar de novo. Mas meu corpo tinha outras ideias. Meus
mamilos endureceram, e apertei o queixo em resposta.
Mamilos
traidores.
Enquanto meu coração batia forte no peito, pelo menos meio minuto se passou, e
nenhum de nós disse nada quando a mão dele se moveu para minha coxa e começou a
acariciar. Nossas respirações e o barulho abafado da cidade lá embaixo eram os
únicos sons que pairavam no ar da sala de conferência.
— Vire-se, Srta. – sua voz
calma quebrou o silêncio e eu ajeitei minhas costas, com os olhos grudados à frente.
Vagarosamente, eu me virei, enquanto ele passava a mão pelo meu corpo. Eu podia
sentir a maneira como ele esticou a mão, tocando com a ponta dos dedos toda a
extensão das minhas costas até pressionar seu polegar contra a pele macia dos
meus quadris. Abaixei a cabeça para encontrar seus olhos, que me observavam de
volta atentamente.
Podia ver seu peito subindo e
descendo, cada respiração mais profunda do que a última. Um músculo tremeu em
seu queixo quadrado quando seu polegar começou a se mover, acariciando
lentamente de um lado para outro, os olhos ainda grudados nos meus. Ele estava
esperando que eu o interrompesse. Tive muito tempo para afastá-lo ou
simplesmente para me virar e ir embora. Mas havia muitas sensações dentro de
mim que eu precisava digerir antes de poder reagir. Nunca tinha me sentido
assim, e nunca imaginara que um dia me sentiria dessa maneira em relação a ele.
Eu queria dar um tapa no rosto dele, e depois puxá-lo pela gola da camisa e
lamber seu pescoço.
— No que está pensando? – ele
sussurrou, com os olhos ao mesmo tempo zombando e mostrando ansiedade.
— Ainda estou tentando
descobrir.
Com aqueles olhos ainda presos
aos meus, ele começou a deslizar a mão mais para baixo. Seus dedos percorreram
minha coxa até a barra da saia. Então começou a subir a ponta do dedo, tracejando
a alça da minha cinta-liga, esbarrando na renda que sustentava a meia. Um longo
dedo deslizou por baixo do tecido fino e o puxou levemente para baixo. Eu soltei
um suspiro entrecortado, de repente me sentindo como se estivesse derretendo
por dentro. Como eu poderia deixar meu corpo reagir daquela maneira? Ainda
queria lhe dar um tapa, mas agora, mais do que isso, eu queria que ele continuasse.
Um desejo angustiado estava se concentrando entre as minhas pernas. Ele
alcançou o topo da minha calcinha e deslizou os dedos debaixo do tecido. Senti
sua carícia contra minha pele e o resvalar em meu clitóris antes de ele enfiar
o dedo lá dentro, e então mordi os lábios, tentando, sem sucesso, abafar meu
gemido. Quando olhei para baixo, gotas de suor estavam se formando em suas
sobrancelhas.
— Merda – ele grunhiu
silenciosamente. – Você está molhada – seus olhos se fecharam e ele parecia
lutar a mesma batalha interna que eu enfrentava. Olhei para seu colo e pude ver
o quanto ele pressionava contra o tecido macio da calça.
Sem abrir os olhos, ele tirou o
dedo e agarrou a renda fina da minha calcinha. Ele estava tremendo quando olhou
para mim com uma expressão furiosa. Com um movimento rápido, rasgou a calcinha,
e o som do tecido sendo partido ecoou pelo silêncio da sala vazia.
Ele puxou minhas coxas com
força, colocando meu corpo em cima da mesa fria e abrindo minhas pernas na sua
frente. Soltei um gemido involuntário quando os dedos dele voltaram,
escorregando por entre minhas pernas e me penetrando novamente. Eu desprezava
aquele homem com todas as minhas forças, mas meu corpo me traía – eu desejava
que ele continuasse. Eu odiava admitir, mas ele era muito bom naquilo. Seu
toque não era aquela coisa gentil e amorosa a que eu estava acostumada. Ali
estava um homem habituado a conseguir o que queria, e acontece que, naquele
momento, o que ele queria era eu. Minha cabeça pendeu para o lado quando me
apoiei nos cotovelos, sentindo um orgasmo iminente se aproximando a todo vapor.
Para meu completo horror, soltei
um sussurro implorando:
— Oh, por favor.
Ele parou de mexer, puxou os
dedos de volta e manteve o punho fechado na frente do rosto. Eu me sentei,
agarrando sua gravata de seda e puxando sua boca com força contra a minha. Seus
lábios eram tão perfeitos quanto pareciam, firmes e suaves. Eu nunca tinha sido
beijada por alguém que claramente conhecia cada ângulo e movimento provocante
capaz de me deixar quase completamente louca.
Mordi seu lábio inferior
enquanto minhas mãos rapidamente baixavam até o cós de sua calça, onde abri a
fivela e tirei o cinto por inteiro.
— É melhor você estar pronto
para terminar o que começou.
Ele soltou um grunhido raivoso
do fundo da garganta e tomou minha blusa com as mãos, rasgando-a até abrir,
fazendo os botões prateados se esparramarem pela mesa.
Então, deslizou as mãos pelas
minhas costelas e sobre meus seios, apertando com os polegares em meus mamilos
endurecidos, com seu olhar sombrio fixado na minha expressão durante todo o
tempo. Suas mãos eram grandes e tão ásperas que quase me machucavam, mas, em vez
de reclamar ou me afastar, eu pressionei o corpo contra suas palmas, querendo
ainda mais, e mais forte.
Ele rosnou e apertou ainda mais
com os dedos. Passou pela minha mente que eu poderia ficar toda machucada e,
por um instante de insensatez, eu desejei que ficasse. Eu queria uma lembrança
dessa sensação, de estar completamente certa do que meu corpo queria,
inteiramente liberada.
Ele se inclinou o bastante para
morder meu ombro e então sussurrou:
— Você é uma vadia que gosta de
provocar, não é?
Sem conseguir me aproximar mais,
eu me apressei com seu zíper, tirando e jogando suas calças e cueca box no chão.
Então apertei forte seu pênis, sentindo-o pulsar em minha mão.
A maneira como ele sussurrou meu
sobrenome
naquele
momento – “” – deveria
enviar uma onda de fúria para dentro de mim, mas eu sentia apenas uma coisa:
uma pura e embriagante luxúria. Ele forçou minha saia acima das coxas e me
empurrou para trás sobre a mesa de conferência. Antes que eu pudesse dizer alguma
coisa, ele segurou meus calcanhares, agarrou seu pênis e deu um passo para
frente, penetrando fundo dentro de mim. Eu nem pude ficar horrorizada pelo
gemido alto que soltei – aquilo era melhor do que qualquer coisa.
— O que foi? – ele sussurrou
entre os dentes cerrados enquanto seus quadris batiam contra minhas coxas,
colocando-o fundo e mais fundo. – Nunca foi fodida dessa maneira antes, não é?
Você não ficaria provocando tanto se estivesse sendo fodida direito.
Quem ele pensava que era? E por
que diabos o fato de ele estar certo me excitava tanto? Eu nunca tinha transado
em nenhum outro lugar além da cama, e nunca tinha me sentido daquela maneira.
— Já tive melhores – provoquei.
Ele riu, uma risada quieta e
debochada.
— Olhe para mim.
— Não.
Ele tirou bem quando eu estava
prestes a gozar. Por um instante, achei que iria me deixar ali daquele jeito,
mas então ele agarrou meus braços e me puxou para fora da mesa, pressionando
lábios e língua contra minha boca.
— Olhe
para mim –
repetiu. E, finalmente, como ele já não estava mais dentro de mim, eu consegui
olhar. O Sr. Bieber piscou uma vez, vagarosamente, com os longos e escuros
cílios fechando e abrindo, e então disse:
— Peça para eu te fazer gozar.
Seu tom de voz não parecia
certo. Parecia quase uma pergunta. Mas suas palavras eram iguais a ele: todas
distorcidas. Eu queria sim que ele me fizesse gozar. Mais do que qualquer
coisa. Mas ele estava sonhando se achava que eu lhe pediria.
Baixei a voz e olhei em seus
olhos.
— Você é um filho da puta, Sr. Bieber.
O sorriso dele mostrou que, seja
lá o que ele queria de mim, conseguiu. Eu quis dar uma joelhada no meio das
suas pernas, mas, se fizesse isso, não teria mais daquilo que eu realmente
desejava.
— Peça por favor, Srta. .
— Por
favor,
vá se foder.
A próxima coisa que senti foi o
frio da janela contra meu peito, e gemi por causa do contraste de temperatura
entre o vidro e a pele. Eu estava ardendo, cada parte de mim queria sentir o
toque rude dele.
— Pelo menos você é consistente
– ele disse em meu ouvido antes de morder meu ombro. Então, chutou meus pés.
— Abra as pernas.
Separei as pernas e, sem
hesitação, ele puxou meus quadris para trás e se aproximou mais, antes de
enfiar tudo dentro de mim novamente.
— Você gosta do frio?
— Sim.
— Sua garota safada. Você gosta
de se exibir, não é? – ele murmurou, tomando minha orelha com os dentes –
Você adora saber que toda Chicago
pode olhar para cima e assistir você sendo fodida, e você está adorando cada
minuto disso com seus peitinhos pressionados contra o vidro.
— Pare de falar, você está
estragando o clima – eu respondi, embora ele não estivesse. Nem um pouco. Sua
voz grave estava me levando à loucura.
Ele apenas riu no meu ouvido,
provavelmente percebendo como eu me arrepiava com suas palavras.
— Você quer que eles assistam
você gozar?
Eu gemi em resposta, incapaz de
formar palavras com cada estocada me pressionando cada vez mais contra a
janela.
— Diga. Você quer gozar, Srta. ?
Responda ou vou parar e fazer você me chupar – ele disse, penetrando ainda mais
fundo com cada estocada.
A parte de mim que o odiava
estava se dissolvendo como açúcar na língua, e a parte que o desejava estava
crescendo, fogosa e exigente.
— Apenas diga – ele se inclinou
para frente, chupou minha orelha e depois mordeu com força. – E eu prometo que
vou fazer você gozar.
— Por favor – eu disse, fechando
os olhos para apagar todo o resto e apenas senti-lo. – Por favor. Sim, eu
quero.
Ele esticou o braço e moveu as
pontas dos dedos por cima do meu clitóris, exercendo a pressão perfeita, no
ritmo perfeito. Eu podia sentir seu sorriso pressionado contra minha nuca e,
quando ele abriu a boca e mordeu minha pele, eu gozei. Um calor se espalhou por
minhas costas, ao redor dos quadris e entre as pernas, me jogando de volta
contra ele. Minhas mãos bateram no vidro e meu corpo inteiro tremeu com o
orgasmo que se espalhou em mim, me deixando sem ar. Quando finalmente acabou,
ele saiu de dentro e me virou, mergulhando a cabeça para chupar meu pescoço,
meu queixo, meus lábios.
— Diga obrigado – ele sussurrou.
Afundei minhas mãos em seu
cabelo e puxei com força, esperando tirar alguma reação dele, querendo saber se
ainda estava consciente ou se tinha perdido a cabeça. O que é
que nós estamos fazendo?
Ele grunhiu, inclinando-se em
minhas mãos e beijando meu pescoço de cima a baixo enquanto pressionava a
ereção em minha barriga.
— Agora é a sua vez de me fazer
sentir prazer.
Soltei uma mão, alcancei seu pau
e comecei a estimula-lo. Ele era pesado e longo, e encaixava-se perfeitamente
em minha mão. Eu queria dizer isso, mas nem em mil anos eu o deixaria saber o
quão incrível ele era. Em vez disso, eu me afastei de seus lábios e lancei lhe um
olhar provocante.
— Vou fazer você gozar tão forte
que vai até se esquecer que é o maior filho da puta do planeta – grunhi,
abaixando pelo vidro. Lentamente, coloquei seu pau inteiro na minha boca até
encostar na garganta. Ele apertou os músculos e soltou um gemido profundo.
Olhei para cima: ele estava com a testa e as palmas pressionadas contra o
vidro, os olhos fechados com força. Ele parecia vulnerável, e ficou lindo
naquele abandono. Mas não estava vulnerável. Ele era o maior cretino
do planeta e eu estava de joelhos na frente dele. Isso não poderia ficar assim.
Então, em vez de dar o que ele
queria, eu me levantei, puxei minha saia de volta no lugar e o encarei. Foi
mais fácil dessa vez, sem as mãos dele me tocando e me fazendo sentir coisas
que não eram assunto dele. Os segundos passaram sem que nenhum dos dois
desviasse o olhar.
— Que merda você acha que está
fazendo? – ele disse. – Ajoelhe-se e me pague um boquete.
— Sem chance.
Ajeitei minha blusa e saí da
sala, rezando para que minhas pernas trêmulas não me traíssem. De volta à minha
sala, peguei minha bolsa e joguei o casaco nos ombros, tentando
desesperadamente abotoá-lo com meus dedos que também tremiam. O Sr. Bieber
ainda não tinha saído, e torci para que o elevador chegasse antes que eu
tivesse de vê-lo novamente.
Eu não me permiti sequer pensar
no que havia acontecido, não até sair de lá. Eu tinha deixado ele me foder, me
proporcionar o orgasmo mais incrível da minha vida, e então o deixara com as
calças abaixadas na sala de conferências da empresa, com o pior caso de saco
roxo que um cara poderia ter. Se fosse a vida de outra pessoa, eu estaria
comemorando e rindo muito. Pena que não era.
Merda.
As portas do elevador se abriram
e eu entrei, rapidamente apertando o botão e assistindo enquanto cada andar
passava diante dos meus olhos. Assim que cheguei ao térreo, corri, atravessando
a recepção. Ouvi o segurança dizer alguma coisa sobre trabalhar até tarde, mas
apenas acenei e passei por ele com pressa. A cada passo, a dor no meio das
minhas pernas me lembrava dos eventos da última hora. Quando cheguei no meu
carro, destranquei-o com o controle, abri a porta e me joguei na segurança do
banco de couro. Olhei para cima e enxerguei a mim mesma no espelho retrovisor.
Mas que
merda foi aquela?
heeey olá, fiquei sumida por um tempo mas eu voltei com tudo, digo agora vou tentar postar mais vezes, apesar de estarmos no comecinho de ano as coisas passam a se pesar para mim afinal posso estar de ferias na escola mas não no trabalho, então o que acharam deste capitulo com conteudos explícitos e eróticos. Comentem o que acharam meninas e eu continuarei ou não depende de vocês ;)